sexta-feira, 18 de março de 2011

Um sítio numa estradinha de terra em Cabreúva...


Um sítio numa estradinha de terra de Cabreúva, pessoas de vários estados diferentes, muitos trios de forró e alguns DJs... teria como não ter dado certo?! Até sim se não fosse o profissionalismo da equipe que organiza o Rootstock!
A versão fora de época realizada no carnaval – Carnaroots – não deixou nada a desejar.
Desde a organização pré-evento, a estrutura, alimentação, decoração até a energia dos organizadores, funcionários e dos próprios forrozeiros, tudo foi sensacional!
Carnaval é sinônimo de farra, folia, diversão e para os forrozeiros não poderia ter sido diferente! Até marchinha e frevo curtimos ao som de Zé Paraíba.
Além de um momento divertido a bagagem cultural é muito forte. Os forrozeiros mais antigos tem oportunidade de aproveitar e reviver! Enquanto que pra aqueles que são mais novinhos, mas já foram mordidos pelo bichinho acabam vivendo uma overdose de “novidades” instigando a curiosidade e fazendo buscar mais e mais!
O evento tava tão gostoso que não dava pra fazer um post curtinho, a vontade é de descrever tudinho pra que você que ficou em casa ou pulou carnaval, pudesse sentir como se estivesse lá! Então segue aí em duas partes:
Pra dar um gostinho da festa                               Pra você conhecer a estrutura e ir

Pra dar um gostinho da festa:
A primeira noite – sábado – contou com a abertura de Diego Oliveira e na sequência o Trio Juriti que levantou a galera, logo depois o tradicional Trio Virgulino e o histórico Trio Nordestino e para o encerramento da noite nada mais que Edson Duarte!
O show do Trio Nordestino foi empolgante, no meio da madrugada, quando muitos já estavam cansados com pés e pernas doídos, eles entraram, com o repertório já conhecido que faz delirar! Foi bonito de ver alguns guerreiros ainda dançando e a maioria lá curtindo as músicas, se emocionando a cada sucesso tocado. A energia fluía do público para o Trio e vice-versa e podemos dizer que Luiz Mário quase não precisou cantar, a galera fazia isso por ele! Coroneto vibrava na zabumba e Beto se deliciava na sanfona!
Na noite de domingo a abertura foi do Trio Alvorada seguido pelo Trio Dona Zefa, a animação deles precedeu Pipoca, que ainda mais animado fez o salão ferver e se divertir com suas manobras com o triangulo! Ainda nesta noite tivemos o Trio Xamego acalmando os ânimos com sua cadencia mais tranquila para que enfim a noite fosse encerrada com o Trio Cristalino remexendo todos novamente.
Então se aproximava a última noite, um misto de cansaço com vontade que a festa não acabasse dominava o público. Nada parecia ser motivo para desanimar, nem mesmo as bolhas, calos, dores musculares e sono atrasado causados pelas noites anteriores e pelas tardes, por vezes chuvosas, mas aquecidas pelos 4 mensageiros, Zé Paraíba, Os Alegres do Nordeste, Trio Araçá, Trio Clandestino e Pisa Maneiro. Isso sem falar é claro nos intervalos preenchidos com discotecagem em vinil pelos DJs: Tick, Ivan, Vinny (BH), Josú (Campinas), Rogérinho e Jader (ES).
A segunda-feira só terminou na terça por volta das dez e tralalá! Como sempre a noite começou agitada, dessa vez com o Trio Bastião e Meketrefe, na sequencia Trio Sabiá, Rouxinol Paraibano e Benício Guimarães. Ao amanhecer do dia entrava no palco o Trio Juazeiro e para encerrar a festa o tão aguardado 3 do Nordeste!
Aliás, o show de encerramento, iniciado de manhã lá pelas 8h, foi algo memorável! Ao passo que os trios se apresentaram em média por uma hora e meia, Os 3 do Nordeste não conseguiram sair do palco antes das 10h30! O carinho do público e do Trio foi de arrepiar, lágrimas emocionadas rolaram tanto na pista como no palco. A galera cantava, pulava, fazia “uh uh uh ooooô” com direito a “ow” duplo regido por Deda, o triangueiro. O café da manhã já estava sendo servido e o Trio ainda fazia festa, com uma pedrada atrás da outra.
Os forrozeiros foram deixando o sítio, alguns com pesar por não poder esperar o fim de um show tão especial, outros curtindo tudo até o desligar do microfone. Ainda a caminho do portão de saída observávamos rodinhas cheias de sotaques diferentes, e também o som de uma sanfona, uma zabumba e um triangulo como que protestando pedindo que o evento não acabasse...

Pra você conhecer a estrutura e ir:
ALIMENTAÇÃO:
No valor do ingresso estava incluso café da manhã e almoço. As refeições eram simples e muito bem servidas e saborosas. Os horários bem pensados para a maratona forrozística, o café acontecia das 9h às 12h e o almoço das 17h às 20h.
Havia uma lanchonete pra compensar aquela fominha extra e para comprar bebidas, quanto aos preços, justos, comuns aos de casas/eventos.
Não observamos a presença de cardápios alternativos para restrições alimentares, mas você podia entrar com biscoitos e frutas, porém a entrada de líquidos não era permitida, nem mesmo de água.
FISCALIZAÇÃO:
Logo na entrada do evento acontece uma revista em todo o material que você está levando para verificar se está tudo conforme as regras pré-estabelecidas pelo evento e disponibilizadas no site.
Esse momento foi um pouco demorado já que as pessoas costumam chegar mais ou menos no mesmo horário. Mas cabe ressaltar a simpatia e cuidado dos atendentes.
LIMPEZA:
A presença constante de funcionários nos banheiros coletivos garantia a limpeza dos mesmos. As áreas comuns, salão e refeitório também estavam sempre limpos, mesmo com a chuva que insistia em cair lá fora!
Constantemente os recipientes eram esvaziados e os copos e latas (que às vezes se espalhavam mesmo com a presença de diversas latas de lixo) eram recolhidos com frequencia.
Nos chalés, houve a preocupação do evento na distribuição de papel higiênico e sacos de lixo. Mas fica a dica, se você ficar em chalé, leve algum material de limpeza pra manutenção... afinal são 4 dias com 8 a 10 pessoas no mesmo ambiente!
ORGANIZAÇÃO GERAL
Tudo foi feito com muita dedicação! É possível notar o prazer dos organizadores na realização da festa.
A compra do ingresso, reserva de chalés, esclarecimentos de dúvidas, atendimento na lojinha sempre tranquilo.
As equipes de apoio estiveram sempre prestativas, atenciosas e solícitas.
O uso de “dinheirinho” próprio durante o evento também é uma boa sacada...
O não saber a sequencia dos Trios causava uma dupla sensação, uma expectativa pra saber o que vinha e uma dúvida se entregava ao sono e dava um cochilinho pra aguentar mais depois... mas pra dormir existe a quarta de cinzas e negocio era tentar aproveitar tudo!
ESTRUTURA:
O sítio tem piscina, chalés, área de camping, banheiros, salão, cozinha, estacionamento.
Havia uma ambulância preparada para os primeiros socorros.
A lojinha contava com blusas (para o frio inesperado), camisetas, CDs, sapatilhas.
Os chalés são bons e adequados pra quantidade de pessoas.
A área de Camping é todo o gramado disponível, então há o campo de futebol e os gramados próximos aos chalés também. A chuva atrapalhou um pouco quem optou pela barraca e algumas pessoas montaram sob áreas cobertas.

Enfim agora é contar os minutos para a 10ª edição do Rootstock!

Um comentário:

  1. O Carnaroots foi sem dúvida, uma das melhores viagens da minha vida! Não me arrependo de nenhum centavo gasto!
    A emoção que passei vendo shows como Os 3 do NE, Bastião, Zé Paraiba, Os 4 Mensageiros, Trio Juazeiro, entre outros (do total, só perdi 2 shows) foi tanta, que até me arrepiou ler esse texto e relembrar de todos os momentos...
    Acho difícil, mas espero que os outros Roots sejam tão bons quanto foi essa edição do Carna!

    Bjs,
    Michelle Rodrigues

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